sábado, 6 de outubro de 2007

A Mãe do Barro
Alimentação, União, Perdão, Amor


O Barro- dizem que é composto de substâncias pouco “puras”.

O Barro é uma coisa muito divina, ele segue os preceitos únicos do Criador “união”.

O Barro é a junção de todas as coisas ditas impuras ou não, é a união de tudo em uma coisa só.

O Barro é imortal. Depois de quebrado pode se transformar em outra coisa. Pode ser diluído e se transformar em uma vasilha para alimentos ou para a água, vasos para flores, cerâmica para pratos, para pisos, algumas pessoas o usam para passar na pele. Às vezes para nutri-la ou simplesmente matar parasitas, às vezes ele corre para o rio onde alimenta as árvores ribeirinhas.

O Barro também é sinônimo de amor. Muitas pessoas acham que o diamante representa melhor a simbologia do amor.

Na verdade os cristais, em mundos grosseiros como o nosso, representam mais as raças humanas que se autodenominam “puras”. Aquelas ao qual não ocorreu miscigenação, o cristal é puro como elas.

Vou falar agora um pouco sobre pureza.

Vocês já perceberam que a pureza está naquilo que se faz com a energia e não na própria energia.

O cristal se assemelha mais à luz.

A luz ilumina tudo, o bom ou o mau, o negativo ou o positivo.

A luz consegue entrar em um pântano fedorento sem se sujar e alimentar de luz as plantas do local.

Ela só pode fazer isso porque aceita tudo como parte de si mesmo, a aversão ou adoração são identificações com o meio. Você só pode entrar em seu pântano se aceitá-lo. Aceitar que lá no pântano há barro, aceitar que o enxofre do barro mata os parasitas da pele, como o sal do barro do Mar Vermelho também o faz.

Sabendo de tudo isso e mais ainda, você pode escolher usar a substância do pântano como lhe convier, como faz a flor de lótus.

Somente o peso de milhares de anos de experiências terrenas fará você transformar barro em cristal, e vice versa.

Lembre-se, barro é algo material, mas o cristal é um conceito, algo muito além ainda da nossa compreensão. Não o use como modelo de vida, sê como o barro, tenha consciência dia após dia de suas facetas ditas impuras por você. Faça disso um eterno perdoar, olhe a si mesmo e se perdoe dia após dia.






Obaluaê

3 comentários:

Anônimo disse...

Um longo suspiro! Palavras que possibilitaram aspirar esperança e relembrar o respeito por todas as coisas!! Obrigada! Bj.

Palavras na Brisa Noturna disse...

Nada como pensar no básico,no mais simples, quando a mídia - vulgo mundo - nos empurra ao brilho falso sem pedir licença.

Acredito que nosso maior poder está nesta matéria prima - o barro - e é nesse poder que devemos nos referir e nos suportar sempre! Pois a força da verdade, desde que segura e cônscia, é inquebrantável.

Palavras na Brisa Noturna disse...

vai ai uma musica para sonorizar o tema:

Milton Nascimento - A Sede Do Peixe (para O Que Não Tem Solução)
Milton Nascimento E Márcio Guedes

Para o que o suor não me deu
O fogo do amor ensinou
Ser o barro embaixo do sol
Ser chuva lavrando sertão
Qual aleijadinho de sabará
E a semente das bananas

Para o que não tem solução
A sede do peixe ensinou
Não me vale a água do mar
Nem vinho, nem glória, navio
Nem o sal da língua que beija o frio
Nem ao menos toda raiva

Para o que não tem mais razão
A calma do louco ensinou
A dizer nada

Para o que não tem mais nada
A calma do louco ensinou
A dizer razão